sexta-feira, 1 de junho de 2007

O SURGIMENTO DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS


"Um homem que tinha terras de dez libras por ano
Mandou medir as mesmas e as vendeu;
Tanto assim que de dez libras ele fez boa vintena,
ganhando mais por ano que outro antes."


(trecho do livro de Robert Crowley, "Aumentadores de Aluguéis")


A transformação de casas antigas em moradias coletivas apinhadas, onde toda uma família - ou muitas vezes, mais do que uma família - podia ser amontoada num só aposento, não foi suficiente para acomodar a crescente população das cidades mais prósperas. E quanto mais densa a ocupação, mais elevada a renda: quanto mais elevada a renda, maior o valor capitalizável da terra. Nos arredores da cidade comercial, este processo seguiu um ritmo acelerado. Dividindo fazendas contíguas em trechos de construção, o desmenbramento peça a peça da cidade organizada foi realizado; a aceleração dos transportes, empresa a princípio privada, depois pública, aumentou as possibilidades de rodízio e acelerou o ritmo de toda a transformação urbana. A especulação comercial, a desintegração social e a desorganização física prosseguiram de mãos dadas. No próprio momento em que a cidade estava se multiplicando em número e aumentando em tamano, por toda a civilização ocidental, a natureza e a finalidade de cada cidade tinham sido completamente esquecidas: formas de vida social que os mais inteligentes já não compreendiam, os mais ignorantes não estavam preparados pra construir. Ou antes, os ignorantes estavam completamente desprepadarados, mas isso não os impediu de construir.

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